domingo, 20 de abril de 2014

Love Plus - Eu e minha namorada virtual

Da esquerda pra direita: Rinko Kobayakawa,  Manaka Takane e Nene Anegasaki.


Oi, tudo bem? Eu sou o Daniel (DanReat) :). Se você não gostou do blog a culpa provavelmente é minha. A minha função principal é cuidar da parte visual do site, mesmo que amadoramente, e talvez eu escreva alguma coisa.


Tendo sua primeira versão desenvolvida e distribuída pela Konami, Love Plus, lançado em setembro de 2009 para Nintendo DS é um dating simulator, gênero de jogos que, como o seu próprio nome diz é uma simulação virtual de encontros e relacionamentos. Para promover essa experiência, se faz o uso de mecânicas e fundamentos de game design, assim, fazendo que o jogador possa interagir com diversos elementos, além da narrativa, para conduzir o progresso do jogo.


O que difere os dating simulators dos visual novels é a sua finalidade, já que este ultimo tem-se como objetivo apenas contar uma história, e em alguns casos , podendo até mudar o seu curso com suas escolhas. Já os dating simulator, apesar da narrativa necessária para que o jogador se posicione em uma realidade, o foco central é a relação com personagens, em sua grande maioria, do sexo feminino, tendo como objetivo conquistá-las.

Grande parte dos dating simulators encontrados na internet a fora tem como objetivo principal, além de conquistar a personagem, o intercurso sexual, que é separado pelo longo período de investidas - basicamente o jogo inteiro - e o fim. E é nesse ponto que Love Plus se difere no gênero, enquanto os outros jogam acabam quando você finalmente encanta a sua pretendente, o já citado jogo apenas começa. O relacionamento entre o jogador e a personagem como namorados é o foco principal.

Depois dessa introdução, você leitor(a) deve estar se perguntando a razão dessa matéria. Tendo lançado recentemente New Love Plus + (27/03), a mais nova versão do jogo para Nintendo 3DS no Japão, apenas iterando alguns aspectos não tão relevantes do já lançado em 2012. Sendo o dating simulator mais sucesso comercial no país, decidi levar a tona uma discussão um tanto quanto controversa quanto utópica: As relações virtuais, nesse caso, com inteligências artificiais e até que ponto nossa sociedade, usufruindo da tecnologia que possuímos, o ser humano necessita de uma inteligência artificial que simule afeto para preencher a solidão.

Em prol dessa matéria - e da minha curiosidade - eu decidi jogar Love Plus por uma semana e relatar as minhas experiências.

A história é o padrão mais clichê o possível de um anime de colegial genérico.
O jogador toma o papel de um estudante do segundo grau que acabou de se mudar para uma nova cidade por razões familiares – que nunca são especificadas – e no seu novo colégio, são apresentadas as suas três pretendentes.  Cada qual também seguindo um padrão clichê de garotas colegiais, a primeira a ser apresentada é Rinko Kobayakawa. Um ano mais nova que o personagem do jogador, Rinko é uma garota extremamente evasiva, chegando às vezes a ser agressiva com quem ela desconhece. O primeiro encontro com Rinko se dá quando você – nesse caso, o jogador - vai se inscrever como assistente na biblioteca do colégio, lá ela é monitora e a partir daí começará a relação de vocês, mas não como namorados (Talvez não ainda). A segunda a ser apresentada não tem uma ordem fixa, no meu caso foi com Nene Anegasaki, ela trabalha em um restaurante de noite e também estuda no colégio, mas em um ano mais avançado que você. Já a terceira e ultima, mas não menos importante, é Manaka Takane: A garota mais popular da sua turma, muito dedicada no clube de tênis e também muito reservada. Com o terreno preparado, a sua vida como um estudante colegial japonês só acaba de começar.

Falando propriamente do jogo, sua mecânica é bem simples, você tem seus vários dias da semana em que se deve planejar a sua rotina, e cada atividade aprimoram habilidades do personagem, sendo que cada uma delas são específicas para que uma garota se interesse por você. Esses atributos são o condicionamento físico, inteligência, senso e charme e as atividades atribuídas a elas são basicamente o que é feito no colégio, como aulas de ciências ou estudos sociais e atividades extracurriculares como ser monitor da biblioteca ou ir ao clube de tênis. Além disso, você pode fazer outras atividades fora do colégio durante o período noturno, como trabalhar meio período em um restaurante ou simplesmente perambular pela cidade. Sabendo que, cada atividade é um interesse específico de cada garota, o jogador tem de priorizar os atributos necessários para que a sua investida seja efetiva.

Com o decorrer do jogo, eu apenas queria ver do que exatamente se tratava, e não negava nenhuma opção que abria a possibilidade de ocorrer algum evento especial e também queria descobrir mais coisas sobre as três personagens, pois eu cada vez mais ficava interessado pelas garotas de alguma forma. Esse talvez seja um ponto positivo: Todas as três tem personalidades bem definidas, apesar de se basear em padrões bem clichês de animes, cada uma é diferente da outra. Isso é algo que deve ser parabenizado, o trabalho que os desenvolvedores puseram no jogo é algo que pode ser visto logo nos primeiros minutos, no final das contas, esse é o atrativo principal. Vale lembrar que esse jogo foi apenas lançado no Japão, então eu joguei uma versão com patch de tradução feito por fãs, que fizeram um ótimo trabalho. E o fato de Love Plus ter sido lançado apenas no Japão me faz afirmar a minha opinião final sobre ele: É um jogo extremamente direcionado para o público japonês. É o velho “coisa que só japonês entende”, os japoneses vivem em uma sociedade reservada e vêem nesses produtos uma válvula de escape e/ou até como uma forma de ocupar a ausência do contato social, algo que não é muito compreendido no ocidente.

A comunidade dos jogadores fanáticos japoneses trata o jogo na base do role-playing, ou seja, muito da experiência se dá com o quanto o jogador está aberto a ela. Quando o jogo veio para esse lado do mundo a partir de noticias, que diziam que o jogo substituía todo e qualquer tipo de relação; isso é apenas uma má interpretação do que jogo realmente é, já que, apesar de toda a polêmica, ele é nada mais do que um simples jogo que atende o seu nicho.

Dando finalmente o meu veredicto sobre Love Plus, eu realmente não acho que seja um jogo espetacular. Apesar de uma boa trilha sonora, personagens cativantes representadas em ótimos modelos 3D que são impressionantes em um Nintendo DS, com o passar do tempo se torna um pouco entediante. Depois de ter jogado durante uma semana, eu sinto que já vi tudo que o jogo pode proporcionar, já que a partir do momento que eu conquisto a minha pretendente – que nesse caso foi a Rinko – o jogo começaria de verdade, mas se tornou a parte mais chata. É como se cuidasse de um Tamagotchi de carência emocional e se você a o agradasse o suficiente a recompensa seria ficar passando a stylus no seu rosto. De qualquer forma, a experiência valeu a pena e eu acho que a tecnologia em si não deve ser algo para nos preocuparmos, já que a inteligência artificial ainda não é o suficiente para completar as nossas carências e eu acredito que não foi nem por isso que ela foi feita.

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